O governo de Estocolmo, na Suécia, organizou concurso internacional para a remodelação da área conhecida como Slussen, um complexo viário situado no núcleo histórico da cidade, construído nos anos 1930, e que hoje se encontra em estado de deterioração.

Foram anunciados os 05 finalistas do concurso: BIG (Bjarke Ingels Group), Gert Wingårdh, Jean Nouvel, Nyréns e Norman Foster.

Veja abaixo uma prévia das imagens dos projetos finalistas, com trechos dos comentários publicados por Nicolai Ouroussoff, no “The New York Times“:

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BIG – Dinamarca

“Os arquitetos do BIG tratam do vazio como uma virtude e não como um vício. (…) Formados na geração da Internet, parecem mais interessados em expor uma relação fluida e integrada entre arquitetura, paisagem e infra-estrutura pública. Para esses arquitetos, as praças áridas do Modernismo não são desagradáveis, elas são fontes de inspiração. Em uma época em que somos constantemente bombardeados pela poluição visual, os arquitetos do BIG parecem sugerir que às vezes uma paisagem de desolação pode ser um refúgio. Talvez uma fraqueza de seu projeto seja a ausência de uma combinação entre a escala íntima e a monumental, que encontramos na proposta de Jean Nouvel, por exemplo.” (N.O., NYT, 16.mar.2009)

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Gert Wingårdh – Suécia

“O projeto do arquiteto Gert Wingardh, da Suécia, evoca o grande plano arterial de Haussmann para Paris, substituindo neste caso as linhas retas pelas curvas originais do projeto de 1930. A ponte para o tráfego dos veículos é redefinida, de forma mais reta e objetiva, como uma conexão direta com o bairro medieval. A malha da cidade se estende em direção à água, aproximando os dois lados da cidade. O aspecto mais poético é uma pequena ponte de pedestres que parece flutuar sobre a superfície da água, aproximando o pedestre do cenário natural e oferecendo uma visão clara da grande estrutura que suporta a ponte de veículos. Mas o projeto é marcado também por excessos comerciais, como a torre comercial de vidro às margens do lago”. (N.O., NYT, 16.mar.2009)

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Jean Nouvel – França

” Os cinco projetos podem ser divididos em duas categorias: aqueles que tentam trazer claridade e ordem ao sistema de tráfego existente, e aqueles que buscam incorporar no projeto a energia da cidade antiga. O projeto de Jean Nouvel tenta captar essa energia. Ele propõe uma revisão das rotas de veículos e uma articulação mais direta entre a parte sul de Estocolmo e a área comercial. Na proposta do arquiteto, a ponte existente se transformaria em uma ‘Ponte Vecchio’ contemporânea, como um caminho de pedestres repleto de lojas e restaurantes, ligando os dois lados da cidade. Uma série de elementos de cobertura procura reproduzir a densidade e complexidade do tecido urbano. Os terraços incorporados no projeto sugerem vistas espetaculares da paisagem dominada pela água. O projeto reflete uma convicção de que é o encontro de idéias, mais do que as formas arquitetônicas, que confere às cidades o seu poder de civilidade.” (N.O., NYT, 16.mar.2009)

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Nyréns – Suécia

Os espaços interessantes e super-racionais do projeto do escritório Nyrens lembram uma arquitetura produzida entre os anos 60 e 70. A proposta é dominada por uma série de terraços envolventes, que descem em direção ao lago. O grande e massivo edifício de exposições está situado sobre a área destinada ao terminal de ônibus, como um elemento isolado e monumental, dentro da praça sugerida no projeto. (N.O., NYT, 16.mar.2009)


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Norman Foster – Inglaterra

“A proposta do escritório Foster & Partners é desapontadora. O projeto é dominado por uma ponte de pedestres que se movimenta de forma sinuosa sobre o lago, conectando-se a uma grande praça pública. A ponte, que demanda uma longa travessia, não oferece uma experiência visual relevante. A praça, com proporções aproximadas à da Trafalgar Square em Londres, é emoldurada por edifícios pretensiosos, pseudo-tradicionais, criados com o intuito de se integrar ao contexto, mas que acabam por desrespeitar o entorno. Uma série de pontes genéricas para carros, pedestres e bicicletas são incluídas na proposta, porém de maneira igualmente pouco criativa. Esse projeto é reminiscente de sua proposta para o Rossiya Hotel, em Moscow, e os dois nos levam a questionar se as habilidades de Norman Foster como planejador urbano se aproximam de sua reputação como arquiteto.”  (N.O., NYT, 16.mar.2009)

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Fontes: bustler.net e The New York Times