2º Lugar
Arquiteto Titular: Ricardo Jorge Pessôa de Melo
Co-Autores: Flávia Myriam Cordeiro Pessoa de Melo, Xavier Guitart Tarrés, Marcos Roger Berghänel, Marta Riera López, Judit Falgueras Rovira, Ferran Tinyena Giamet e Pol Lupon Escobar
Parecer do Júri:
“…interessante leitura do lugar geográfico onde se situa o Centro Histórico, tentando recuperar a topografia original de forma orgânica em especial no Largo Quincas Berro d´Água. Indução a circulação interna dos quarteirões e seu uso diversificado e diuturno. Conciliação da preservação da visibilidade das fachadas internas do largo com a atenuação do som produzido pelos amplificadores. Ressente-se, porém, a aridez do tratamento paisagístico.”
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“Sob um céu de admirável limpidez, na fímbria do mar ou na montanha onde corre sempre uma caridosa aragem, vive o povo mais doce do Brasil. Na cidade do Salvador da Bahia.”
Jorge Amado
Uma cidade que se criou construindo edificações de adobe alinhadas às ruas íngremes que se estendem sobre o morro na frente da Bahia de Todos os Santos. Essas edificações que acompanham a topografia vão adaptando seus níveis de acesso à inclinação, formando tantas plataformas horizontais como edifícios, e modificam o terreno natural em ambos os lados da rua, numa série de planos escalonados.
No mesmo momento em que aparecem os edifícios alinhados nas ruas inclinadas do Pelourinho, criam-se com planos horizontais, as calçadas, as entradas dos edifícios… e de maneira quase espontânea, os quintais no interior dos quarteirões. Estes largos interiores são hoje a oportunidade de arejar o tecido urbano, criando espaços de convívio para a população local e visitante.
Nesta proposta de intervenção os largos de Pedro Arcanjo, Tereza Batista e Quincas Berro d’Água vão formar parte deste tecido urbano, adaptando-se à topografia acidentada do lugar: como se fosse um tapete, aparecerão como uma simples e natural extensão das ruas do Pelourinho, ampliando desta maneira a trama urbana de uso público, e eliminando as barreiras de acessibilidade que existem atualmente.Nos lugares certos, como acontece na cidade histórica, as inclinações vão se transformar em plataformas para facilitar sua utilização.
Da mesma forma, os espaços vão precisar de novos elementos para proteção do sol e da chuva, e tratamento acústico. Estes elementos seguem a mesma filosofia: deixar todo o protagonismo para as fachadas dos largos, separando-se prudencialmente delas, e permitindo visões do entorno imediato. Pérgulas de madeira de tamanho doméstico, que se organizam segundo a função específica de cada espaço, pensadas para ter um baixo custo de manutenção, criar ambientes confortáveis e quase não interferir na ambiência própria do centro histórico.
O projeto procura intencionadamente elementos que se repetem e se memorizam nos três largos, mas resolvendo a própria identidade de cada um deles, com uma solução particular.Essa intervenção simples, contemporânea, sutil, e inteligente, vai apenas ressaltar os valores que já são inerentes aos largos: umas fachadas de cores brilhantes, um patrimônio da humanidade que precisa conviver com uma atuação respeitosa e não competitiva, mas que consiga responder às demandas da sociedade atual.
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