Parque Empresarial de Palmas Altas – Sevilha – Espanha

Como parte da seção Obras Construídas, publicamos o projeto do Parque Empresarial de Palmas Altas (em Sevilha, na Espanha), sede da multinacional Abengoa. O projeto resultou de concurso restrito e foi desenvolvido em co-autoria entre Vidal y Asociados arquitectos (VAa) e Rogers Stirk Harbour + Partners (RSH+P). Obteve a pré-certificação LEED Platina e o Prêmio RIBA 2010.

Memorial Descritivo (texto disponibilizado pelos autores do projeto)

Desde a sua gênese, o complexo de edifícios foi concebido segundo uma perspectiva responsável que abarca os aspectos social, económico e ambiental. Neste sentido, desenvolveu-se o projeto tendo como base o modelo social corporativo, o equilíbrio orçamental e o retorno de investimento e amortização, e o uso de medidas passivas e ativas.

Sistemas Passivos

Em primeiro lugar, determinou-se o número e dimensão dos edifícios obedecendo a questões funcionais e de optimização de tamanhos. As plantas são compactas e geram um grupo de edifícios cujos volumes têm a sua orientação relacionada com os pontos cardeais puros e respondendo à sua característica especifica.

Também se tem em conta como eixo vertebral do conjunto, organizador do espaço e urbanístico, um espaço entre as duas filas de blocos. Este espaço caracteriza-se por acolher usos de índole social (creche, ginásio, etc.) e referências à arquitetura tradicional andaluza moldando-se como uma falha no terreno que dá lugar a várias alturas, evitando ilhas de calor e proporcionado ao mesmo tempo sombra nos percursos pedonais. Também se reinterpretam os diferentes elementos da arquitetura andaluza, água e vegetação. Desta maneira, a configuração do espaço exterior oferece qualidade ambiental aos usuários graças à contribuição da sombra e de uma temperatura amena. Conjugou-se a experiência da tradição com as vantagens de um desenho inovador.

O complexo foi desenhado desde um ponto de vista ergonómico adaptando-se à medida humana nas distâncias de deslocamento, a inter-relação dos blocos e a adequação dos espaços às diferentes escalas e condições.

Em relação às fachadas há que destacar a utilização de diferentes sistemas para permitir a entrada de luz, controlar a entrada de radiação solar, reduzir ao máximo o consumo energético e procurar o maior conforto (térmico e lumínico) interior.

Medidas Ativas

Como parte da estratégia sustentável do projeto e, uma vez diminuídas as demandas por meio de medidas passivas, utilizam-se fontes de energia renováveis e alternativas. Graças a esta filosofia reduzem-se em 30% as emissões de CO₂ e, além disso, o complexo é capaz de produzir mais energia do que aquela que consome.

Os sistemas ativos traduzem-se num mostruário de diferentes instalações, entre as quais cabe destacar painéis solares fotovoltaicos (que se aproveitam também como medida passiva, uma vez que proporcionam sombreamento aos espaços que separam os distintos blocos), um disco Stirling, refrigeração em todos os espaços de trabalho através de vigas frias, uma central de trigeração, assim como coletores cilindro-parabólicos e pilhas de hidrogênio.

Conclusão

O conjunto insere-se assim, num campus respeitoso e considerando o usuário, que fomenta a interação e a vida em comum; é o Parque de Palmas Altas, sede de Abengoa em Sevilha, Campus que hoje se ergue como referencia da arquitetura responsável na Europa, sendo o resultado da exigente “agenda verde” da equipa de arquitetos e de Abengoa. Um desenho inovador que irá formar parte das novas tipologias de edifício de escritórios.

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Fotografia: Víctor Sájara