Como parte da seção Obras Construídas, publicamos o projeto da Câmara Legislativa do Distrito Federal, em Brasília – DF, de autoria dos arquitetos Luis Mauro Freire, Maria do Carmo Vilariño, Fábio Mariz Gonçalves, Zeuler Rocha Melo de Almeida Lima, Eurico Ramos Francisco e Lívia Leite França que venceram um concurso nacional realizado em 1989, pelo IAB-DF. A obra foi concluída e inaugurada em 2011.
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Memorial Descritivo (texto fornecido pelos autores)
A área definida para a implantação da nova Câmara se encontra ao longo do Eixo Monumental junto à Praça do Burití, ao Palácio do Burití (Poder Executivo) e ao Palácio da Justiça (Poder Judiciário) configurando a Praça dos Três Poderes no âmbito distrital.
Trata-se, portanto, de uma situação urbana muito específica, onde é onipresente uma lógica urbanística e arquitetônica modernista e simbólica.
A implantação geral da Câmara Legislativa do Distrito Federal se dá segundo a criação de duas praças públicas separadas por um muro diagonal. Uma de caráter cívico, aberta para o Eixo Monumental, apresentando o plenário como edifício simbólico. A outra rebaixada e preservada, cria um espaço de encontro e convívio das pessoas nas suas atividades cotidianas, abrigadas da linha do horizonte da extensa paisagem da capital.
O edifício organiza-se em diferentes volumes que expressam os diferentes conjuntos do programa. O plenário acomoda-se em um volume semi-circular implantado na cota mais alta da praça de acesso, dominando o conjunto. Os escritórios e gabinetes dos deputados localizam-se em uma lâmina longa e horizontal que se relaciona volumetricamente com a estrutura urbana do entorno e funciona como suporte visual para o volume do plenário, interligado por uma galeria transparente. A galeria estabelece a ligação dos acessos de público (pela praça cívica) e de deputados (pela rua posterior) para o plenário, e as circulações, diferenciadas, são resolvidas em diferentes níveis.
Comissões, auditórios e outros volumes secundários localizam-se no nível dos pilotis ou da praça rebaixada, relacionando-se diretamente com o público e funcionários da Câmara.
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Ficha Técnica – Câmara Legislativa do Distrito Federal, Brasília – DF
1º Prêmio
Autores do projeto inicial – Luis Mauro Freire, Maria do Carmo Vilariño, Fábio Mariz Gonçalves, Zeuler Rocha Melo de Almeida Lima, Eurico Ramos Francisco e Lívia Leite França
Coordenador do projeto atual – Luis Mauro Freire (Projeto Paulista)
Colaboradores – José Mário de Castro Gonçalves, Luis Oliveira Ramos, Alexsander Laranjeira, Paulo Cuconati, Eliane Sena, Henrique Fina
Ano do Projeto – 1989 – 2007
Obra – 2011
Área do terreno – 18.700,00m2
Área construída – 48.277,00m2
Fundações – Hidrosolo Consultoria e Engenharia de Projetos e Soltec Engenharia
Estrutura de concreto – Engeserj Engenharia e Simetria Engenharia
Estrutura metálica – WS Welder Silva de Miranda e Ferenge Estruturas Metálicas
Instalações prediais – Critério Engenharia Consultiva
Luminotécnica e conforto ambiental – LABAUT Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência Energética
Luminotécnica – Franco e Fortes Lighting design
Acústica – Alexandre Sresnewsky
Caixilhos – Dinaflex Consultoria e Projetos em Esquadrias de Alumínio
Construção – Via Engenharia SA
Modelo eletrônico – Visualize Arquitetura Digital
Modelo físico – Maquetaria da Vila
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Agradecemos aos autores pela disponibilização do projeto para publicação.
O projeto em si não é ruim! Eu acompanhei a obra quando estagiava em orgão do governo e o ponto de vista negativo desse empreendimento foi o superfaturamento, que ano apos ano custava muito mais do que o projeto previa, se é que preveu. É a partir desse ponto que é necessário refletir: O projeto e o planejamento arquitetônico e executivo deveria consumir um tempo maior para que se antecipe todos os detalhes e possiveis problemas no começo, durante e o no final da obra para que esta seja realizada e finalizada em menos tempo do que o projeto levou para ser feito. Em outras palavras: Se em 2 anos o projeto e planejamento demorou para ser feito, a execução deveria ser feita em 1/3 do tempo, em 6 meses. Mas numa gestão governamental “corrupta”, esse processo é invertido para o proposito que todos estamos carecas de saber qual é! Eu como arquiteto e contribuinte não sinto nenhum prazer em apreciar esse tipo de empreendimento, muito pelo contrário, sinto vergonha.