HectorVigliecca-Hipoteses_do_Real

Como parte da seção “dicas de leitura” apresentamos o livro Hipóteses do Real – Concursos de Arquitetura e Urbanismo – 1971-2011 – Vigliecca & Associados. O livro reúne a experiência do arquiteto Héctor Vigliecca e equipe em concursos públicos, tanto nacionais quanto internacionais – 84 ao longo de 40 anos de carreira, sendo 46 premiados. Entre eles estão o da Biblioteca Nacional do México (2003), o do Conjunto Esportivo Ibirapuera (2003), o do Centro Cultural dos Correios (1997) e o projeto para o Grande Museu do Egito (2003) que obteve menção  “Menção Honrosa”. Ilustrado com fotografias e desenhos, o livro trata do exercício do projeto que, estimulado pelo concurso, incita o debate, o surgimento de novas ideias, a construção de hipóteses e a incessante busca por alternativas propositivas associadas à condição urbana, fundamental na formação da cidadania e da vida pública (Fonte: Deborah Giannini).

Lançamento do livro:

Terça-feira, 23 de abril, às 19h, na Livraria da Vila (Al. Lorena, 1.731, São Paulo, Jardins). Debatedores: Héctor Vigliecca, Lizete Rubano (organizadora do livro e professora da Faculdade de Arquitetura do Mackenzie-SP), Mônica Junqueira (autora da apresentação do livro e professora da Faculdade de Arquitetura da USP-SP) e Renato Anelli (professor do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP-São Carlos).

Leia a seguir a resenha escrita por Lizete Rubano.

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Hipóteses do real 

por Lizete Maria Rubano

O concurso público de Arquitetura e Urbanismo tem sido, reconhecidamente, uma oportunidade de discussão de projeto para além das condições postas às disciplinas no cotidiano de trabalho.

Tem representado chances de se conformar um debate que interessa à construção do território das cidades e às suas arquiteturas, podendo desencadear alguns avanços conceituais, uma atualização de questões ou uma transformação de demandas programáticas em hipóteses teóricas e investigativas.

Neste livro, buscamos apresentar uma trajetória de trabalho coletivo construído a partir da experiência do arquiteto Héctor Vigliecca.

Mais que a oportunidade de relatar desafios de projeto nas condições especiais postas pela chance do concurso (e foram cerca de 93 participações ao longo desses anos), o que nos pareceu significativo foi explicitar como se deu a aproximação aos temas, a construção das estratégias projetuais e, principalmente, apresentar como cada uma das propostas representou uma tentativa de construir território urbano.

Considerando território como a experiência humana no espaço (Milton Santos, 1994), as hipóteses de se construir legibilidades que podem ser legitimadas no uso público, a partir da mesma dimensão pública que estrutura a vida nas cidades, na sua dimensão territorial, é que são apresentadas como possibilidades fundamentais.

A apresentação dos projetos se deu a partir das diferentes condições urbanas postas ao enfrentamento, dado que, são elas essencialmente, que têm motivado muito da reflexão teórica e dos exercícios de projetos que compõem essa publicação.

O convite ao livro apresenta-se como uma perspectiva de registro da trajetória de Héctor e sua equipe e de debate no sentido mesmo do que nos pareceu fundamental colocar em discussão: o de que a cidade é o grande estímulo à leitura, investigação e geração de questões e de que a ela é que ainda temos muito a oferecer.

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