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13.01.2009
Transcrição da matéria publicada em 13.01.2009 na página do CREA-PR:
“O CREA-PR lança nesta segunda-feira (12), às 19 horas, o Concurso Público Nacional de Arquitetura Nova Sede CREA-PR em Curitiba. Pelo concurso, será escolhido o melhor projeto para a construção da nova sede do Conselho e outros quatro projetos serão premiados. O lançamento será durante o evento de posse do engenheiro agrônomo Álvaro Cabrini Jr na presidência do CREA-PR, para a gestão 2009/2011.
Realizado pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil – Seção Paraná (IAB-PR), com apoio da Prefeitura Municipal de Curitiba, o concurso é aberto a arquitetos de todo o País. As inscrições vão de 13/01 a 27/03 e o edital estará disponível para consulta no site do Conselho – www.crea-pr.org.br
Projeto – Com slogan “Em Foco: sustentabilidade”, o concurso pretende identificar os projetos que contemplem a sustentabilidade ambiental em toda a cadeia produtiva da construção, como por exemplo, reaproveitamento de água da chuva, economia de energias, gerenciamento correto de resíduos com ventilação e iluminação natural, correto uso de materiais in natura e acessibilidade.
O concurso dará prioridade para a qualidade do projeto e a inclusão dos projetos complementares e da sustentabilidade. “O CREA-PR dá exemplo à sociedade optando por um concurso público que valoriza o profissional e o debate da produção da arquitetura e não somente o preço final da obra”, explica o arquiteto Jeferson Dantas Navolar (IAB PR), coordenador do concurso.
Obra – A nova sede será construída em um terreno do Conselho de 2,6 mil metros quadrados a uma quadra do Shopping Mueller, na região central da cidade. A previsão é de que tenha aproximadamente 10 mil metros quadrados de área construída. Segundo o vice-presidente do CREA-PR e membro da comissão que organiza o concurso, engenheiro civil Gilberto Piva, a obra será importante para uma maior integração entre as áreas do Conselho. “Além de reduzir custos e agilizar o atendimento às demandas profissionais”, afirma. Atualmente o CREA em Curitiba funciona em dois locais distintos e que foram adaptados para as atividades do Conselho.
Para Navolar o prédio será inteligente. “Esta obra pode até se tornar referência para a cidade e servir de semente para uma futura certificação”, explica.”
De acordo com informações da Coordenação do referido concurso, enviadas nesta data, e de acordo com o regulamento, os nomes e projetos dos finalistas deverão ser mantidos em sigilo até o final da segunda etapa.
Gostaria de saber sobre o resultado da primeira fase. Sei que já saiu a classificação dos 5 primeiros projetos. Existe alguma publicação de nomes ou projetos?
boa sorte!
caros Arquitetos
Vemos o concurso como uma ótima oportunidade para se reciclar, trocar idéias e agregar novos valores.
Na questão ambiental ainda sou analfabeto , por tudo isso entrei neste concurso para me avaliar e ver em que pé estou.
desejamos sucesso para todos!
Caros colegas palhaços,
Desculpem a aparente grosseria mas, explorados, iludidos e certos da derrota, afinal só um ganha, prosseguimos inscritos, participando e fazendo graça… Como nunca vamos amadurecer, bemvindos ao Circo Verde do CREA PR!
Rogério Andrade
olá Fabiano, obrigado pela dica.
Grande abraço!
Prezado Mauro,
Sobre concursos para estudantes que tratam da questão da sustentabilidade, sugiro uma visita à página do concurso realizado em 2008, intitulado “Sustentabilidade em Edificações Públicas“. Na página estão disponíveis os projetos dos premiados e menções. O concurso foi promovido pela Câmara dos Deputados em conjunto com o IAB-DF.
Aos estudantes interessados em participar de concursos e premiações, duas boas oportunidades em andamento: Prêmio CAIXA IAB (que inclui categorias estudantes e profissionais) e o Prêmio Pré-Fabricados 2009 (estudantes).
Fico feliz que estão dando chances aos profissionais da área, mas acho que esses concursos deveriam ser abertos também aos estudandes de arquitetura.
Estou terminando nesse ano a graduação no curso de arquitetura e urbanismo e gostaria muito de participar de um concurso assim.
Ainda mais quando se fala em sustentabilidade, um termo tão em evidência e que traz tantas controvérsias. Mas é preciso iniciar de alguma maneira, erros e acertos fazem parte deste desenvolvimento.
Aqui já estamos acostumados a alguns anos a uma certa “onda verde”, com a grande diferença que se traduz em exigencias legais a qualquer construção e não modismo.
As leis exigem o cumprimento de vários parametros de acústica, tramitancia térmica, absorção energética, uso de energia solar, tratamento de resíduos, etc…e isso influencia bastante o desenvolvimento do projeto, a escolha e qualidade dos materiais, orientação, etc. Não é bla bla bla.
Quanto ao Brasil onde não há leis a respeito, que antes venham as intenções não é mal começo, mas precisamos passar a exigencias legais claras e objetivas, tanto para critérios de sustentabilidade quanto de qualidade das edificações.
“Afinal, qual a melhor arquitetura:a verde ou a madura ?”
parece que é a “de vez”, Sobreira…
E como a “onda verde” continua, este é mais um concurso que traz a “marca” da SUSTENTABILIDADE na embalagem do produto. O termo de referência, assim como foi o da Petrobrás, mais se assemelha a um manual de construções sustentáveis, repleto de orientações técnicas, importadas de fontes diversas, referências ao LEED (que por sinal não considera a qualidade arquitetônica como um critério relevante de qualidade ambiental)…
Certamente, a intenção dos empreendedores é a melhor possível. A dúvida é: como julgar uma arquitetura que se quer sustentável, sem cair nas armadilhas usuais ?
Afinal, qual a melhor arquitetura:a verde ou a madura ?
Mais informações sobre essa questão no texto “Concursos e Sustentabilidade: os riscos da onda verde“.
além de todos os problemas discutidos aqui, os concursos seguem firme na sua tendência à burocratização das inscrições. há algum tempo começaram a pedir que se envie cópias autenticadas em cartório dos documentos, inclusive dos comprovantes de pagamento.
é o caso deste concurso. só que estão exagerando. eu enviei todos os documentos, mas não querem homologar a inscrição porque não enviei a cópia da carteira do crea, DOCUMENTO NÃO INCLUIDO NA LISTA DO EDITAL.
reclamei e me disseram que é o regulamento. mas como, se não consta do edital?
algo se salva na instituição dos concursos?
Se formos olhar bem, veremos que são raros os concursos no Brasil realmente bem montados em todos os sentidos: programa, regulamento, júri, remuneração. Mais raros ainda os que são bem montados e chegam à construção.
A conclusão final é que aqui os concursos só nos servem para praticar o projeto de temas que não nos chegam no escritório de modo normal (o que é mesmo normal fora de SP?): há muito deixaram de ser meios legítimos de chegar a trabalhos importantes.
Pois é Ferrola, e se ganhamos tenemos que achar espaço em algum livro para publicarmos? Como bem disse este custo não custeia um creaLEED em cantão nenhum e este preço de projeto não custeia a nossacaixa, mesmo econômica.
… ainda mais uma “caixa econômica”…
E como é econômica, esta, vejam só:
1. O VALOR DA OBRA
Vem sendo recorrente a adoção desta artimanha nos recentes concursos de arquitetura: o promotor joga o preço da obra lá pra baixo e nesses termos fecha com o IAB a sua parte (e que IAB não anda mordendo fácil, fácil, isca dessas, na dureza em que andam?), incluída nesta o valor do projeto.
Resultado: ao arquiteto acabará correspondendo, no final, um percentual irrisório, indigente.
O caso mais escandaloso da aplicação deste expediante foi adotado no concurso do Teatro de Natal, em que, inquirido o arquiteto consultor (nosso colega, pombas!), veio ele com respostas evasivas e descabidas (alguém tem notícias dos posteriores desdobramentos, ou é outro fadado a não sair do papel?).
10 mil m²@ R$15 mi é ter muita fé na possibilidade de se construir um edifício institucional a R$1,5 mil/m².
Como não estamos discutindo religião, mas incerteza ainda maior, começar uma obra daqui uns 8, 10 meses, numa conjuntura econômica absolutamente incerta, e ainda mais, uma obra LEED, moda onde, mesmo seguindo à risca todos os devidos e corretos procedimentos e processos, desde projetos, escolha de materiais, sistemas e processos de obras e gestão, a gente sabe estar onerando em cerca de 7% o valor unitário (isso se for LEED mesmo, não aquele “greenwash” a que andou se referindo o Sobreira aqui mesmo), vamos ser um pouco menos desonestos, um pouco mais ateus, vamos falar, bem por baixo, que nenhum de nós é bobo, de um piso unitário de R$2mil.
Serão R$ 20 milhões.
2. O VALOR DO PROJETO
Quanto, mesmo, vão pagar pelo projeto arquitetônico? R$ 180 mil, né?
Já era baixo o preço para o valor “estimado”: 1,2%.
Em condições correntes “de mercado”, é o que pagam em determinadas praças, mas é um acinte para o produto de um concurso, onde as expectativas de qualidade são indubitavelmente maiores que um mero projeto cujas unicas demandas são as de um universo especulativo.
Admitido o valor de R$ 20 mi, e sejamos honestos, todo mundo sabe que vai custar muito mais, qual a parte que caberá a nós outros, os arquitetos?
Isso mesmo, menos de 1%. Exatamente 0,9% do valor piso para esta obra.
Que ninguém se surpreenda, no fim, ver sua remuneração valendo 0,5%.
Quanto mesmo o Sayad pretende pagar àquela parelha suiça?…
Ora, gentes, o IAB é formado por colegas como nós e é óbvio, portanto, que sabem disso, pois que não estou tirando coelho algum da cartola.
Fosse maldade, seria conivência, mas se for crime é cumplicidade.
1. QUEM VIVER VERÁ…
Concursos que começam errado não tem outro jeito de terminar.
Cinco formatos A2 para a primeira etapa, vá lá, está dentro do correto.
Exigir, depois, mais cinco formatos A1 de cinco “escolhidos”, desenvolvidos em nível de anteprojeto, significa remunerar o coitado subjetivamente rebaixado pelo júri ao quinto “prêmio” a R$ 560,00/A1.
Valor pago nos escritórios a copista.
E já que falamos em júri: a prevalecer o critério de reciprocidade, usual entre cavalheiros, aposto um real num nome com grandes chances de comparecer dentre estes cinco.
Vou escrever e guardar, depois veremos.
O melhor, em situações assim, é pegar um segundo lugar: embolsar R$23 mil, sem demais aborrecimentos, sem ter que periodicamente viajar (me desculpem os nativos, mas é verdade) para aquele clima horrível, sair bonito no filme, aqui, no Vitruvius, no Arcoweb, enfim, enriquecer a bigrafia.
Isso sai, uns pelos outros, a R$3.066,66/A1.
Razoável.
MAS, E SE GANHARMOS?!….
Perfeito Mahfuz!!
Nada mais dificíl do que trabalhar com o essencial.
nada mais difícil do que fazer uma boa “caixa”.
Espero que o resultado não tenha a forma de mais uma caixa de sapato como os últimos concursos. Que a comissão julgadora não pense quadrado mais uma vez.