por Fabiano Sobreira
Conjunto Habitacional Teglværkshavnen, Copenhague, Dinamarca – Vandkunsten.
Na contramão do “star-system” e da “arquitetura publicitária”, foi anunciado o vencedor da 10a. Edição do Prêmio Alvar Aalto. O vencedor desta edição é o escritório de arquitetura e projetos urbanos Tegnestuen Vandkunsten, da Dinamarca. Pela primeira vez o prêmio é conferido a uma equipe de profissionais e não a um indivíduo.
Desde a sua criação, em 1967, o Prêmio Alvar Aalto tem premiado – a cada 5 anos aproximadamente – pessoas que se destacam pela criatividade na arquitetura.
O escritório Tegnestuen Vandkunsten se dedica principalmente à arquitetura do cotidiano: projetos residenciais e de desenvolvimento habitacional. Nessa área, os projetos do escritório se destacam pela flexibilidade, pelos espaços comunitários, desenvolvimento sustentável. O escritório é uma referência no que se refere a projetos relacionados à política habitacional.
“Trabalho em equipe e reconhecimento das dinâmicas sociais são pré-requisitos necessários e a principal fonte de inspiração para o trabalho criativo desenvolvido pelos 30 arquitetos que integram a equipe do Vandkunsten. Para a equipe, a consciência social é importante, e não compromete as visões relativas à estética, à inovação, ao formalismo e aos materiais. O trabalho do Vandkunsten mostra a conexão entre a tradição de bem-estar social da cultura Nórdica e a sua arquitetura”.
O trabalho do escritório tem fortes referências e heranças ideológicas em relação ao trabalho de Alvar Aalto.
Arquitetura Socialmente e Esteticamente Sustentável
Soluções espaciais baseadas em mediações com o meio ambiente e o contexto social; minimização dos custos da construção, uso da tecnologia avançada e ao mesmo tempo simplicidade de materiais. Esses são os princípios que fundamentam o trabalho da equipe e que se cristalizaram desde os primeiros projetos.
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Premiados das edições anteriores do Prêmio Alvar Aalto:
1967 Alvar Aalto
1973 Hakon Ahlberg (Sweden)
1978 James Stirling (UK)
1982 Jørn Utzon (Denmark)
1985 Tadao Ando (Japan)
1988 Alvaro Siza (Portugal)
1992 Glenn Murcutt (Australia)
1998 Steven Holl (USA)
2003 Rogelio Salmona (Colombia)
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Teglværkshavnen, Copenhague, Dinamarca
Um dos trabalhos de maior destaque do escritório é o conjunto habitacional Teglværkshavnen, construído em Copenhague, na Dinamarca, e que foi objeto de um concurso em 2003. O projeto (vide abaixo), é – na opinião desta editoria – um dos principais destaques entre os indicados e um forte candidato ao Prêmio Mies Van der Rohe 2009.
O projeto consiste de 120 apartamentos, metade dos quais destinados à habitação social e a outra metade para comercialização privada, além de uma área comum situada na área portuária de Copenhague, exigências do programa do concurso. Mas o diferencial do programa era a possibilidade de incorporar a água – trata-se de uma zona portuária – como parte do projeto.
“Nossa idéia foi criar uma espécie de ilha artificial, na forma de uma grande garagem, o que ajudou a retirar os carros que costumam ‘impestar’ oes espaços entre as casas. Além disso, procuramos chegar o mais próximo possível da água. (…) A vista do mar tem se tornadouma obsessão nos projetos desse gênero, mas na verdade a vista é o que menos se aproveita na prática, quando se mora próximo da água. Nossa idéia, portanto, era estimular o uso da água de forma ativa, por meio de natação, pesca, caiaque. E o interessante é que quando os primeiros moradores chegaram – na primavera – nós vimos as pessoas pescando a partir das varandas, nadando ou fazendo festas nas plataformas flutuantes. “
“Construir na água foi um desafio, mas uma vez que a ilha foi definida, o plano geral ajudou a organizar as idéias. Os edifícios são relativamente estreitos e os apartamentos recebem iluminação natural de dois ou três lados. As esquadrias vão de piso a teto a fim de maximizar a iluminação, altamente necessária na condição nórdica (de pouca luz, em relação a países situados mais a sul).
A estrutura geral é em concreto pré-fabricado, mas em virtude das dificuldades relativas ao local de implantação, alguns elementos como varandas, escadas e banheiros inteiros foram pré-fabridados e simplesmente encaixados no local.
O isolamento do edifício segue o alto padrão da arquitetura escandinava, buscando-se o desejável equilíbrio entre ganho solar pelas janelas entre o outono e o inverno e ao mesmo tempo artifícios de sombreamento, para evitar o superaquecimento durante a primavera e o verão. Isso foi obtido com estudos de orientação e fachadas, desenvolvidos e calculados por engenheiros.
fontes: archidose.org , bustler.net e Tegnestuen Vandkunsten
Onde posso arranjar plantas deste edifício? Sou estudante de arquitetura e este é o tema que estou a trabalhar este ano
Lú, nosso trabalho!!! Adorei!!!
nuss olha a diferença entre a habitação social na dinarmarca e aq no brasil.isto sim é qualidade de vida e arquitetura social.
excelente..gostei
Parabéns! Gostei muito dessa inovação arquitetônica para conjunto habitacional, utilizando bem os espaços, e essa idéia da água logo abaixo dos prédios, da idéia que eles estão flutuando, ajundando também o clima, que ficará mais agradável, e na ventilação!!! adorei