8ª BIA – Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo

Expo Estudantes

1º prêmio

Estudantes: Beni Goltsman Barzellai, Guilherme Lozinsky, Mariana Magalhães Costa e Patrícia Tinoco

Professor Orientador: Vera Hazan

Instituição de Ensino: PUC- RIO

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O sistema resume-se a um prisma de 3,70 x 8,00 x 3,70m, constituído por módulos espaciais de 1,85 x 2m. A articulação destes módulos permite uma resolução compacta e funcional da planta. O espaço é envelopado por uma estrutura autoportante de ripas de madeira. É à estrutura que será atribuída a identidade do objeto: um invólucro que, apesar de sua ortogonalidade formal, possui grande flexibilidade, tornando-se piso, parede, teto e mobiliário.

Memorial Descritivo

Espacialidade

Evidencia-se uma dicotomia: a alternância entre o aberto e o fechado do seu invólucro atribui ao espaço interno uma identidade ambígua. Uma condição que oscila entre o abrigo resultante de um ambiente penetrável, e uma estrutura vazada que expõe o visitante à intempérie. É estabelecida uma relação entre o sujeito com o clima natural e os arredores. O parque adentra o quiosque, transformando a percepção do visitante sobre o espaço. Aqui, a arquitetura não é constituída apenas por elementos tradicionais do ofício, mas também por sons, cheiros e sensações instigados por este contato com o parque.

Originalidade

O objeto mal toca o chão, sustentando-se sobre um sistema de rodas e apoios fixos. O sistema de intervalos desencontrados do ripado permite que os módulos da circulação deslizem sobre os módulos dos espaços de vivência. Sendo assim, o fechamento para a segurança do quiosque requer um movimento que transforma o aspecto do objeto como um todo.


A flexibilidade do sistema permite uma multi funcionalidade de seus componentes. A rampa de acesso e o balcão do bar, por exemplo, tornam-se paredes, permitindo o fechamento do quiosque. Da mesma forma, painéis externos se transformam em espaços de comunicação e publicidade, bancos e bicicletários são criados a partir de alguns módulos de ripas.

Conectividade

O ponto de partida do projeto é o seu método construtivo. Elaborou-se um pensamento à escala do detalhe, distinguindo-o como um módulo a ser repetido. O detalhe torna-se o elemento norteador do projeto: as variadas possibilidades de encaixe permitem a criação de novas formas que, por sua vez, dão margem a diferentes apropriações pelo indivíduo. Sendo assim, o sistema de encaixes emerge como uma metonímia, um elemento de base que se manifestará no objeto com um todo.

Há uma franqueza e uma transparência no sistema: além de sua estrutura ser posta em evidência, preserva-se um distanciamento das placas do piso das laterais da circulação, permitindo uma visualização do ripado de suporte por baixo.

Sustentabilidade

Considerando a facilidade e a rapidez de execução, são ressaltados os benefícios da utilização da madeira. A partir do estudo de suas propriedades, foram definidos o desenho e o dimensionamento das peças que compunham o sistema, visando principalmente a otimização do material. O sistema de ripas permite a ventilação cruzada dos ambientes.

Em termos do funcionamento do quiosque, o emprego de placas fotovoltaicas na cobertura proporciona uma autossuficiência energética. Há previsão de reutilização de águas pluviais para a descarga dos sanitários, e a liberação do solo permite uma maior absorção da água da chuva.

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Agradecemos aos autores pela disponibilização do projeto.