Concorrência – Técnica e Preço – SESC-DF
4º lugar – TAO Arquitetura – Brasília
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Lançar uma proposta arquitetônica no terreno em questão é entendido aqui com uma postura de grande responsabilidade; um desafio. Não se trata de qualificar um edifício simplesmente, mas responder a uma questão muito maior dentro do contexto da cidade.
Mais uma vez, a arquitetura e o urbanismo, pensados de forma indissociável a intervir numa realidade apresentada: não se trata apenas de um lote, um terreno destacado, mas a intervenção em um território, num trecho da “urbis”, da capital e mais diretamente na extensão do principal eixo desta cidade, o eixo monumental.
Desta forma, procuramos responder com uma intervenção onde o complexo tenha uma expressão maior: uma dimensão também monumental, segundo o entendimento de monumentalidade do próprio Lucio Costa, não por suas características ostentatórias, mas pela virtude de suas qualidades expressivas.
Trata-se de uma proposta contemporânea, de caráter indiscutível como em outros exemplos da cidade, na dimensão e coerência ao entusiamo e ao aprendizado que nos inspira essa Brasília 50 anos. Sua relação intrínseca ao entorno imediato no Setor de Clubes, às margens do Lago Paranoá enriquece e é enriquecido pela Ponte JK. Para o turista brasileiro ou estrangeiro, um grande estar a céu aberto, um mirante a contemplar aquela rica paisagem. Para a grande população a transitar por aquelas vias, mais um importante e talvez interessante referencial.
A correta relação de suas dimensões, a articulação das escalas: local, urbana e monumental, revelam a natural “espiritualidade” do lugar. Não se trata da proposta do edifício, trata-se de um lugar, um ponto de encontro, algo interessante e vivo, um lugar que tenha alma, ou melhor, objetivamos construir a alma deste lugar.
Fizemos uma grande praça com o teatro, com grandes átrios internos iluminados: um complexo com espaços de agradável micro-clima permeável. São plataformas de encontro, extensão dos níveis da edificação ligadas às cotas da paisagem natural. A praça externa maior, o grande teatro de arena com os planos de pequena declividade se volta ao grande palco, apresentação de shows ao ar livre. A praça do artista na ala cultural esta envolta pelo restaurante e o grande espelho dágua, versão interessante do conjunto aquático. A praça do atleta que se estende ao entretenimento das crianças e da terceira idade. São grandes planos de estar e convivência, pontos que se interligam na ampla horizontalidade: pontos de confluência. O encontro é natural, individual ou coletivo e desta forma acolhe de maneira espontânea o cidadão que permeia a edificação.
Finalmente, entendemos que procuramos aliar o natural ao construído, a interação do expressivo vazio ao micro-clima agradável, o conforto de suas naturais luzes e sombras, a convidativa sensação da água e do verde, da ambiência da grande interação espacial.
Finalizando dizemos que esta proposta não cria o edifício isolado, lança nesta cidade mais um conjunto arquitetônico que ao evidenciar sua escala de representatividade enriquece de fato desse fragmento da cidade, uma valorização do todo, quem sabe, uma verdadeira contribuição a esta digna e elegante urbanidade.
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TAO Arquitetura
Autor
Paulo Henrique Paranhos
Colaboradores
Ana Carolina Vaz
Ana Carolina Milhomens
Bruno Oliveira
João Augusto
Lucas Rezende
Sâmia Ferreira
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Agradecemos aos autores pela disponibilização do projeto.
Este proyecto esta mucho mejor, guarda mas relacion con la arquitectura original de Brasilia
Projecto Interessante e bem estruturado. Nota-se grande influência na arquitectura dos anos 50. Intervenção cuidada e agarrada ao local. Não entendo o primeiro prémio do concurso…