Veja abaixo os premiados e menções do Concurso Público Nacional de Arquitetura para a Sede da Confederação Nacional de Municípios (CNM) em Brasília, organizado pelo IAB/DF. Foram submetidos 89 trabalhos (todos enviados em meio eletrônico). O julgamento ocorreu de 07 a 10 de dezembro e os trabalhos foram todos analisados em meio digital, em reunião presencial do júri. Veja aqui a Ata de Julgamento. A seguir, os projetos premiados e menções:
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Autores: Luís Eduardo Loiola de Menezes; Maria Cristina Motta
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Autores: Dario Corrêa Durce, Emerson José Vidigal e Eron Danilo Costin
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Autores: Henrique Fina, Luis Mauro Freire e Maria do Carmo Vilarin
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Autores: Christiane Costa Ferreira Macedo; Edgar Gonçalves Dente; José Maria de Macedo Filho
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Autores: Andre Fornari, Davidson Weber, Rodrigo Branco, Vitor Zanatta
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Autor: Gabriel Rodrigues Grinspum
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Autor: Luciano Andrades, Rochelle Castro, Silvio Machado
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Autores: Marcelo Henneberg Morettin e Vinicius Hernandes de Andrade
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Fonte: IAB-DF
Por favor, a forma criativa tem muito a ver com boa arquitetura. Até mesmo o conceito funcionalista e o estruturalista recorrem à ela, ainda que sejam monoblocos – o que diferencia uma arquitetura “comum”, de uma “emblemática”, que educa o olhar, ainda são as soluções plásticas e técnicas. Afinal, arquitetos não são engenheiros.
Parabéns aos participantes pelos esforços em tentar adequar o programa à área proposta e legislação incidente. E só para lembrar, sobre editais e áreas, há séculos passados que alguns dos vencedores de concursos nem sempre compreenderam o edital integralmente… e deixaram interessantes legados de identidade cultural.
Cabe agora, na fase de adequação e encaminhamento para construção, questionar criteriosamente os aspectos de melhor viabilidade econômica e conforto arquitetônico em respeito ao meio ambiente.
Parabéns ao comentario muito pertinente do Colega Ferolla, só tenho uma palavra pra definir o julgamento: “Um desastre”!
Agora, imaginem a caixa de vidro no sol do verão de Brasília, que está quase na linha do equador “sol a pino”, como se fala na giria da construção.
E pra resolver o efeito estufa?
Mais um gasto excessivo de energia, inclusive era um dos itens classificatórios do edital, os jurados utilizaram algum software especifico para testar a eficiência?(Energy plus)
É isto mesmo colegas, temos de exigir jurados de respaldo e profissionais habilitados nas áreas específicas que um concurso exige.
Para que servem as taxas de inscrição?
Convidem arquitetos estrangeiros para auxiliarem no julgamento, serem imparciais e aumentar o nivel de expressão do mesmo.
grato a todos
“…No Brasil devemos ter responsabilidade de projetar um edifício barato, de fácil construção…”, diz o Erico.
Concordo com ele quanto à facilidade de meios, quanto melhor ainda será a arquitetura quanto menor a mirabolância técnico-construtiva “necessária” para se resolver.
Isto, num concurso, é critério comparativo e meritório para uma boa seleção.
Discordo dele, contudo, quanto à “barateza”.
Considero o velho “custo-benefício” bem mais relevante, principalmente para um cliente institucional, onde um aspecto “faraônico” – o que leva em conta manutenção mínima x durabilidade máxima da coisa – é mais que desejável.
Não participei disso em nenhuma instância, desconhecendo, portanto, conflitos entre edital-superfície e subsolo do lugar-previsão de custos, mas os resultados merecem destacar também a observação do Lucas:
‘… Quase todos os premidos (sic) se utilizaram de 4 ou mais subsolos, quando o projeto poderia ser resolvido facilmente com 2 subsolos como demontra (sic, olha a revisão, Lucas…) uma das menções. Maior movimentação de terras, maior área construída, um custo consideravelmente mais elevado. Onde está a a tal da “sustentabilidade” atualmente tão referida?…’
De fato, isto vem sendo uma recorrência dos nossos concursos, ora (Sebrae) por falta de consultoria competente junto aos clientes, que sempre querem o mundo num dedal (efeito peru-no-pires), ora (seria este, o caso?) adotando desnecessárias inumações como recurso extremo para a síntese minimalista da imagem aflorada, não necessariamente lapidar? Estarão lidando, assim, com simplificações ou com simplismos?
Movimentar terra é nada frente ao enorme custo – e o extremo risco – de encarar o apenas conjecturado (sondagem é o que mais, além disso?) de conter a prumo um corte que, no projeto vencedor, chega a 18 metros!
Enterrar fortunas é desviar recursos que fariam só mais beneficiar a estética do visível (qualquer político sabe disso).
É um aspecto do “faraônico” que menos devemos considerar.
Aos vencedores- parabéns sempre! concordo com aqueles que afirmam a recorrência das caixas de vidro envelopadas por elementos vazados. Corremos o risco de instituirmos uma arquiteura ” National Stile”. Quanto a participar e propor outras soluções, em certames desta natureza, onde cabe ao autor propor, transgredir, enfim…melhor desistir!
Lucas, faço minhas as suas palavras. Me admirei ao ver que, além dos projetos premiados, os que receberam menção também se valeram do recurso do pilotis, aguçando assim a minha curiosidade quanto à essa “generosidades de áreas”. Sinto por todos os que desistiram dessa possibilidade na tentativa de seguir o programa…Vemos o quanto é recorrente em concursos de projetos a transgressão premiada. Cabe a nós aprender a lição.
Caro Lucas, muitas duvidas ficam ao analisar os projetos vencedores. Um exemplo foi a orientação dos organizadores quando perguntados sobre a questão dos pilotis:
“P – As áreas sob os pilotis contam para o cálculo do uso do solo? Caso o térreo seja todo
livre e sob pilotis, a projeção do edifício será usada para cálculo da área de ocupação?
R – Áreas de pilotis, seja qual for o uso, com ou sem fechamento lateral, são computadas
na área máxima de construção.”
A área máxima de ocupação do edifício era de 5.000,00 m2 (não computando a área de estacionamentos e torre de caixa d’água). Não entendo como os vencedores conseguiram fazer amplos pilotis e responder adequadamente ao programa de necessidades…
Outro fator é que a cota de soleira é estabelecida pelo NGB. Esta cota corresponde ao térreo, e a partir desta cota, é que se calcula o gabarito.
Veja consulta abaixo:
P – Observamos no levantamento topográfico que o terreno apresenta uma variação de
aprox. 2,5m da cota 1044,50 a 1042,00. Perguntamos: que cota podemos estabelecer
como referência de nível (cota soleira)? Esta cota de referência pode ser elevada ao nível
do terreno para criação de praça elevada?
R – Sobre a topografia a ser considerada, vide a resposta 01.07. A cota de soleira a ser
considerada, para fins de elaboração do Estudo Preliminar, deverá ser a média das cotas
dos vértices do lote: 1034,5775 (média dos pontos P1, P2, P3 e P4, indicados no arquivo
“Levantamento Topográfico”)
Assim, para projetar uma distancia adequada de piso a piso, para possibilitar a instalação de forro e piso elevado, consultamos a possibilidade de abaixar a cota do pavimento térreo, que foi respondida da seguinte maneira:
P – A cota do pavimento térreo pode estar abaixo da cota de soleira? Se for permitido, qual
a medida máxima que o pavimento térreo pode estar abaixo da cota de soleira?
R – O pavimento térreo corresponde à cota de soleira.
Dessa forma, a distancia de piso-a-piso ficou estipulada num máximo de 3,16m (máximo de 3 pavimentos). Os partidos estruturais adotados pelos vencedores, uma transição entre concreto armado e metálica, com grandes vãos, dificultará a instalação de sistemas do gênero… A não ser que não se respeitaram a cota de soleira e o gabarito.
A solução dos auditórios também trás questionamentos, mas prefiro me aprofundar mais antes de fazer qualquer tipo de crítica…
Mas, apesar dessas dúvidas tão comuns quando nos aprofundamos nos resultados dos concursos, prefiro confiar no julgamento da comissão, que, na minha opinião, é uma das melhores já formadas!
E parabéns aos vencedores! Este concurso mostra que a qualidade do discurso e das estratégias em projeto estão cada vez mais ricas!
Gostaria de dar os parabéns aos vencedores e a minha ex-equipe 2ª colocada, com a qual não pude participar neste concurso, a qual novamente desenvolveu um excelente projeto.
Aos que reclamam de “falta de criatividade” participem com suas propostas. Contribuirão assim para uma maior diversidade.
Ao meu ver, a boa arquitetura nada ter a ver com “forma criativa” e sim com a síntese, a melhor solução espacial para os problemas apresentados. Sob este aspecto as “caixas” dificilmente podem ser superadas. Meus questionamentos são outros. Considerando que as áreas para as atividades propostas no edital já estavam no limite das necessidades, como conseguiram, sobretudo os primeiros colocados, criar grandes espaços abertos sobre a projeção dos volumes suspensos? Quais áreas do programa solicitado foram sacrificadas? Outro ponto. Quase todos os premidos se utilizaram de 4 ou mais subsolos, quando o projeto poderia ser resolvido facilmente com 2 subsolos como demontra uma das menções. Maior movimentação de terras,maior área construída, um custo consideravelmente mais elevado. Onde está a a tal da “sustentabilidade” atualmente tão referida? Acho que essa ditância entre os projetos de concurso e a realidade econômica das instituições é a razão pela qual a mioria dos projetos não sai do papel ou se transformam em meras versões mutiladas do projeto original.
As caixasortogonaiselevadasenvidraçadas são um tema muitíssimo recorrente na arquitetura brasileira contemporânea. Concordo em partes com o nosso colega que criticou a falta de criatividade, mas devemos observar também, neste caso, a função social do edifício. No Brasil devemos ter responsabilidade de projetar um edifício barato, de fácil construção, eficiente, e além de tudo, bonito. Considerando esses aspectos, o resultado do concurso parece ser coerente. Por outro lado, fica a desejar a questão da “identidade” do traço do arquiteto, aquela que caracteriza o edifício como uma obra verdadeiramente autoral, ou seja, quando você bate o olho e já sabe quem foi o projetista. Acredito que essa é uma questão igualmente relevante para a arquitetura, no entanto, é preciso equacionar os valores de acordo com o contexto no qual estamos inseridos.
Se a “caixa ortogonal e envidraçada” não tivesse agradado a comissão julgadora de acordo com o solicitado no edital, com certeza ela não seria selecionada… Não acredito ser “falta de criatividade”, mas sim uma escolha adotada pelas equipes. Essa discussão vai longe.. Não é comentário exclusivo deste concurso. Parabéns a todos!
Parabéns aos organizadores e aos vencedores. A solução escolhida é sintética e competente ao extremo. Ali aparecem simples, aspectos complexos do programa, da construção e da forma. utilitas, firmitas e venustas articulados com maestria.
Deixo aos brilhantes autores uma sugestão singela vinda de um bom perdedor:
insistam nas alterações que reduzam custos e, gentilmente, esclareçam as desvantagens daquelas que aumentam a complexidade e os custos. Na etapa de alterações pós concurso os ânimos estão exaltados e, da forma como está, a obra não custará menos de 40 milhões. Boa arquitetura precisa sair do papel.
Concordo com meus colegas quanto a competência das soluções apresentadas. Gostaria apenas de colocar aqui minha decepção com a falta de criatividade recorrente nas propostas ( ou nas comissões julgadoras ) que tem selecionado continuamente e quase exclusivamente caixas ortogonais elevadas e envidraçadas protegidas por algum elemento perfurado.
A equipe vencedora realmente mandou muito bem, o projeto como composição é a meu ver extremamente sutil e carregado de uma sensibilidade projetual difícil de ser alcançada, uma prévia desse traço já pôde ser observada no projeto da mesma equipe pra o MuMA. Parabéns.
Caros colegas,
Parabens pela organização e resultado do concurso. Esperamos que seja mais um edifício público a ser construído em Brasilia. O IABDF é hoje uma referência no que diz respeito a concurso em nosso país.
Parabéns a todos os premiados.
Projetos em altíssimo nível!