1º lugar

Autores: Janaína Kuhn, Alexandre Engel Budiner Höllermann, Alessandra Palla e Laura Mottin Soares

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Memorial Descritivo

A intervenção nos Setores Centrais do Plano Piloto de Brasília tem como objetivo, em nossa proposta, reorganizar fluxos, facilitar acessos, distinguir espaços planejados especificamente para pedestres ou veículos, além de criar um grande espaço cultural e comercial, ocupando áreas antes ociosas. Tudo isso aliado à consciência ambiental, utilizando artifícios que contribuem de forma a minimizar impactos. Pensar em ações sustentáveis tornou-se uma necessidade, independente do local onde o projeto esteja inserido.

No nível mais elevado da Plataforma Rodoviária, eliminamos as ruas que contornam as praças, de forma que o fluxo de veículos que se dá por aquelas vias seja mais contínuo, permitindo ainda que as praças sejam ampliadas, redefinindo desenhos e propostas paisagísticas. A separação dos fluxos de veículos e de pedestres fica evidenciada, gerando acessos diretos. Foi criado um acesso secundário para carros em um nível intermediário da rua, de maneira que se tenha acesso ao estacionamento um nível abaixo, liberando o nível superior, dividindo o fluxo.

Observou-se a existência de quatro grandes áreas, até então inutilizadas, nas quatro extremidades do Complexo da Rodoviária. Todo esse espaço ocioso foi planejado de forma a ganhar dinamismo e movimento, revitalizando visual e usualmente a área.

Tendo uma grande área disponível para projeto, podemos liberar o nível superior, movendo e ampliando o estacionamento para o nível mais baixo. Desta forma, criam-se praças verdes e define-se a prioridade dos pedestres naquele espaço. Ao passo que se excluem os veículos deste nível, excluímos também a poluição visual, permitindo que as pessoas que utilizam esse espaço de lazer, apropriem-se dele. As praças criadas constituem uma grande área que, além de vegetação, possuem espelhos d’água que contribuem para o restabelecimento do micro-clima local. Ali trabalhamos com o piso elevado – placas a alguns centímetros elevados em relação ao espelho d’água, afastadas entre si – o que permitirá o aumento da superfície de água, não perdendo área de circulação de pessoas. Dessa maneira, também aumentamos a evaporação e umidade do local. O desenho das praças foi criado levando em consideração as edificações do entorno, sempre facilitando os acessos. Tombado, mantivemos o prédio de Lúcio Costa sem alterações, e com a retirada dos veículos do nível superior, há um maior valorização da edificação.

Além da plataforma superior e inferior já existentes, criamos um nível intermediário, capaz de abrigar um grande programa. O nível intermediário é totalmente novo. Manteve-se a modulação existente – continuamos a malha estrutural para dentro dos antigos espaços ociosos. Para sustentar o novo pavimento criado, projetou-se uma sub-malha, diminuindo a altura da viga e obtendo o pé-direito necessário. O programa de necessidades do pavimento inclui: lojas, cinemas, saguão para exposições, anfiteatro e praça de alimentação. A conexão entre as novas áreas é feita através de passarelas. Também é feita uma relação com o prédio de Lúcio Costa, que já está inserido na estrutura da rodoviária, pelo fato de que as áreas comerciais encontram-se todas no mesmo nível. Próximo às rampas de acesso, outros espelhos d’água foram inseridos, com o mesmo propósito de amenizar o clima.

Já no nível inferior, coincidente com a circulação dos ônibus, encontram-se os novos estacionamentos. Com capacidade para 1300 carros, divididos pelos quatro grandes espaços entes sem utilidade. Novamente buscando uma setorização, as funções concentram-se no mesmo pavimento – estacionamento de carros e ônibus. No entanto, se dão por acessos diferenciados. Para carros, à direita, pela via N2 Oeste, e à esquerda pela via S2 Leste. Para os ônibus não houve alteração, o acesso continua à direita, pela N1 Leste, e à esquerda pela S1 Leste. Como meio de transporte alternativo, propomos a implantação do VLT, que será ligado à estação de metrô já existente, viajando pelo Eixo Monumental. O VLT possui grande capacidade de transporte de pessoas, reduzirá o número daquelas que circulam de carros e inclusive de ônibus. Consequentemente, com a redução no nível de automóveis circulando na cidade, reduzimos também a poluição atmosférica, já que o VLT é movido à eletricidade.

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Fonte: Brasília Cidade Verde

Colaboração Editorial: Ana Barusco