Concurso Nacional para a Sede do Campo Olímpico de Golfe

Menção Honrosa – Projeto 308 – RJ

Autora – Carla Juaçaba

Colaborador – Arthur Naressi

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Memorial descritivo

“Um peso suspenso, numa espacialidade dilatada sobre o terreno, a arquitetura, quando não é mais arquitetura, é apenas um terraço-mirante: caminho na paisagem.”

A proposta para a sede do clube de Golfe é uma arquitetura suspensa, que se apoia em poucos pontos do terreno. Marcada por um eixo em cruz, tem como característica principal uma espacialidade dilatada sobre o terreno: um caminho na paisagem.

Todos os setores estão conectados num percurso coberto. O projeto esta todo numa mesma cota, com o mesmo acesso principal, e outros independentes, conforme o programa. Apenas a Garage para carros elétricos, a Portaria e todo o Núcleo de Serviços estão apoiados diretamente na terra embora o sistema construtivo seja o mesmo.

Formada por uma sucessão de pórticos apoiados nos eixos estruturais – vigas protendidas – a arquitetura é uma sobreposição de materiais, onde nada engasta, tudo se apoia. Esses pórticos são compostos por vigas de concreto armado, paredes de taipa de pilão com 50cm, e um entramado de vigas de madeira do telhado.

As vigas de concreto armado, apoiadas nas vigas protendidas, são o suporte das paredes de terra. Os outros apoios do piso são de viga laminada de madeira.

A cobertura é de telha de alumínio zipada com forro térmico e, acima, são instaladas placas fotovoltaicas.

Os fechamentos são diversos: muxarabies de madeira e janelas de vidro, apenas janelas de vidro, ou, quando a arquitetura é apenas caminho, não há nenhum fechamento lateral.
O material predominante é a taipa de pilão que tem qualidades sustentáveis, no sentido de ser um material barato, de ter um conforto térmico que protege do frio e do calor utilizando 80% menos energia do que a construção convencional. A fôrma utilizada, nesse processo construtivo, é apenas uma que se desloca, e é um material que não exige manutenção.

Não existe uma alteração real na topografia, os pontos mais altos apoiam as vigas protendidas e abrigam as cisternas para recolhimento da água do telhado, preenchidas de terra no seu entorno, dando a ideia de que todo o edifício está apoiado em pequenas elevações naturais do campo de golfe, permitindo circulação livre do público e dos carros elétricos por baixo do edifício.

Nesse caminho suspenso, as atividades do clube acontecem nos extremos de cada eixo, quando não há programa, a arquitetura é apenas um terraço-mirante.

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Agradecemos aos autores pela disponibilização do projeto para publicação.